Cabeça-de-Vento
Parado.
Preso.
Correndo e fazendo barulho.
Bufando até o último fôlego, sem sair do lugar.
Tenho pena de ti.
E, às vezes, até de mim também.
Pelo menos, estás por cima.
Parado.
Preso.
Correndo e fazendo barulho.
Bufando até o último fôlego, sem sair do lugar.
Tenho pena de ti.
E, às vezes, até de mim também.
Pelo menos, estás por cima.
Algumas portas devem permanecer fechadas.
As janelas... Ah! Essas bem que podiam estar abertas.
– Lembra quando te encontrei aqui, estatalado? Parecia uma criança vendo algo maravilhoso pela primeira vez. Nem falou comigo direito. E eu, boba, querendo puxar conversa contigo. Eu achei tão bonitinho esse teu jeito de olhar. Tem coisa que não tinha como mudar. Eu continuo uma boba do teu lado e você continua aéreo.
– Hã? É... Eu estava aqui lembrando... Parece que essa praia está a mesma coisa de antes. Foi aqui que eu te conheci, né?
– O que vocês vão querer?
– Um pastel de queijo e um caldo de cana!
– Eu também! Mas o meu é misto!
– Tem pão-doce?
– Não.
– Então eu quero um de carne e uma Grapette.
– SAINDO UM QUEIJO, UM MISTO, UM CARNE E DOIS CALDOS!
– E a minha Grapette?
– Quer agora ou quando o pastel chegar?
– Não, não, pode deixar.
Caleidoscópio: do Gr. kalós, belo + eîdos, forma + skop, r. de skopein, olhar. Fonte: Priberam Informática. || online ||
|